terça-feira, 8 de dezembro de 2009

dizer Adeus.


Hoje aqui, de frente pro ultimo suspiro de luz, de um domingo de despedidas, daqueles de fechar o ciclo da 'meta-morfose' necessaria, rapida e bem vivida.

Quero eu enxergar com esses mesmo olhos que Deus me deus, que agora os seco.. Olho o horizonte sem fim de um lado, e montanhas com geleiras do outro. Agora respiro fundo e solto, pra acalmar o espirito, essa sensacao de noh na garganta de saber que isso aqui nao volta mais, que minhca acao pode provocar moinhos de vento que chegarao ate a China, daqui a pouco vou me levantar desse banco e seguir a diante.. cabelo batendo forte eu vento.. folhas rodopiando, arvores peladas. Estou num lugar tao bonito, soh eu sei... De frente pro mar, navios ao meio e essa cidade linda dos sonhos-reais ao fundo, como um retrato de uma fase marcante, pra se guardar ate alem da vida. Vai ser estranho deixar essa realidade, que dum jeito humano, natural ou por acaso, me abriu os olhos, esses que Deus me deu, pra poder ver o mundoe entender o nosso papel nele, dar o nosso suor, mente e coracao pra fazer acontecer.

Daqui a pouco vou acordar... Bem longe vou estar, abrindo esses olhos no meu ninho quente, o lugar da onde eu vim.. Aonde vou crescer e me tornar uma mulher que sabe a direcao da estrada, que nao desiste da luta diaria com nos mesmos, que pertence a natureza, eh leal a si e ao grupo, que acredita na noite e no dia e nas pessoas.


Nos encontramos nas esquinas por coenscidencia ou acaso, como almas conectadas, cultura oposta e crencas retilineas.

Benza Deus, que esses olhos me deu,
pra poder enxergar a realidade e entende-la, muda-la.
a historia ja existe ha tempos, mas a nossa soh comecou,

Se nosso objetivo for o mesmo, se ja nao nos cruzamos,
logo menos.


Simbora!

sábado, 8 de agosto de 2009

Nota

eles só tem um ao outro.

A semana passou num piscar de olhos, hoje fazem exatos 16 dias que estou aqui. Será que vai ser tao rápido assim quando chegar o dia de voltar pra casa? nem quero pensar nisso, mas tenho, o tempo corre e nao espera, tenho que repensar e armar meus planos; por em prática o que me propus a fazer e aprender. As vezes me sinto meio desconectada ou sem senso de direcão.. mas nao me afobo ou desaprendo, mudar de rotina assim demora um pouco pra retomar a consciencia plena. Lidar com sensacoes novas, desejos novos, pessoas novas e situacoes novas exige um certo tempo pra assimilar e digerir o novo 'timing' e adaptar.

Sentir na pele o buraco de estar longe de quem mais te ama, me faz perceber que nao significo praticamente nada pro mundo. nao mesmo.
liberta.


te escrevo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

uma boa noite de sono.

walking in the wild side

Acordei agora, na manha de domingo, o vento ta forte, meus olhos estao enchados, dormi bem.

Desde que cheguei aqui, meu cabelo mudou, minha pele mudou; meu corpo mudou. os horizontes nao sao mais os mesmos, literalmente. hoje tive um sonho. Nele apareceram algumas pessoas-anjos, era um debate com elas, daqueles sentados em roda. E eu falava e propunha coisas pra elas e pra mim mesma, faziam sentido.. dali sairam vontades e auto-criticas, acordei bem. As vezes o inconsciente me manda uns planos, e nao me deixa estagnar, mofar. Gosto disso, deveria buscar isso sempre, fato. De qualquer forma, 'agora eh a hora', como dizia outro.

Percebi uma coisa estranha nessa semana.. quando ando nas ruas, as vezes vejo um cara, com um violao ou guitarra eletricos, ampli, e figurino um tanto ousado.. fazendo arte, arte bem feita, digo. e com moedas ou cigarros num balde a frente, algumas pessoas passam e dao umtroco, eu dou umtroco. Outras vezes, vi ate banda com 2 vocais, violao celo, baixo, guitarras e violino, fazendo um som lindo. nao tive como nao ficar ali no meio do caos e da musica por menos de 30min, vidrada e me enchendo. e falo 'coisa estranha' porque nao faz bem ver a arte assim, como algo banal, frustra. Depois ficam falando de 'first world' e numseique.

Hoje eh dia de parada gay! vou la verificar a manifestacao canadense de perto, e agora, tomar cafe no tim hortons. o/
dou noticias. tchau,
(sem acento ainda)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

The best concert in my life.

foto do show de ontem.

ontem, voltando da rua pelo sky-train com a gabby, avistei um aglomerado de emos e 'style people' no estadio de vancouver General Motors Place.. como o trem estava numa grande velocidade, soh pude ver de relance uma bandeira com o que me parecia um simbolo do blink 182, resolvi entao, descer na estacao seguinte e ir vasculhar o que tava rolando, afinal, nao tinha nada a perder.

Quando cheguei no lugar perguntei pra alguem o que ia acontecer, e esse alguem me respondeu: BLINK 182 MAN!' e eu disse: REALLY?! WHERE CAN I BUY A TICKET?!' comprei meu ingresso com um cambista por $40 box. e entrei feliz. por um minuto nao acreditei que estava ali, mas quando vi a estrutura do lugar, fiquei chocada e acreditei. incrivel! nao tem como contar.. na praca de alimentacao ate burger king tinha, japonase food and whaterver you did want.

Enfim, o evento comecou com a banda My Chemical Romance para abrir com chave de ouro(lembrei da lila nessa hora), puta performance a dos caras, destruiram. Depois acabou o show deles, e fecharam as cortinas daquele arena que mais parecia um teatro com poltronas confortaveis nas arquibancadas, as pessoas lotando a pista, e a decoracao sofisticadissima.. o publico aguardando intensamente emitindo gritos arrepiantes, entao entraram as estrelas da noite: tom, mark and travis. com a iluminacao e som mais foda que ja vi na minha vida, todo mundo foi ao apse da loucura.. os garotos sao muito bons no palco, figuras, so falando as besteiras mais engracadas do mundo, parecia um stand up! tocaram as musicas classicas, (parecia que eu tava ouvindo o cd num fone de ouvido) feeling this, i miss you, down, asthenia, the fallen terlude, here's your letter, i'm lost whitout you, violence, down, go, asthenia" always, easy target e todas as outras. foi emocionante e lindo ateh pra mim que nao tenho tanta fissura por eles. nunca vou esquecer de ontem a noite. =)

bom, agora vou descansar um pouco, estava na rua ateh agora depois da escola, ta um calor de 40 graus aqui, podem acreditar. hoje a noite vou ver queima de fogos na praia. e depois, maybe go to the party. ,)
mando noticias em breve.

terça-feira, 28 de julho de 2009

on the road.

downtown
well, well, well.. fazia muito tempo que nao escrevia aqui, talvez seja por falta de inspiracao ou vontande, ou proposito (estou sem acento nesse mini hp). mas agora enfim achei uma utilidade pra esse blog, alguma que o valha, digo. farei dele, apartir de agora meu diario de estrada, pra ficar conectada com h-lera e compartilhar as news infos que descobrir por essa terra far, far away.

bem, pra quem nao sabe estou em vancouver - canada, estudando ingresh nun tein?! nesse exato momento sao 00:45 am. cheguei no sabado e tive uma recepcao um TANTO calorosa, afinal a temperatura media 'e de 35 graus celsius (estamos em pleno verao caliente aqui), sim, isso me faz pensar que nao estou taaao longe de casa. mas sim, as coisas aqui sao bem diferentes, a arquitetura, a textura, a cor, as palavras.. a comida, por exemplo, hoje almocei pizza hut. hahah (minha mae nao vai gostar nenhum pouco se ler esse blog).

Estou na casa de uma familia curiosa, aqui moram alem do pai, da mae e do filho mais novo (boo), mais 9 estudantes intercambistas, 3 coreanos, 1 japones, 3 arabes, 1 venezuelana e eu. eu gosto de ficar percebendo, as vezes, o modo das pessoas aqui dentro, como se relacionam, como se portam... os coreanos sao bem na deles, quietos, concentrados, nao trocam muito com o mundo externo, nao sao receptiveis ou amigaveis, mas sao educados.. os arabes sao barulhentos e gostam de uma algazarra, conversam de tudo, fazem de tudo.. dois deles mostraram (mostram) a cidade pra mim e pra gabby (venezuela, chegou no mesmo dia que eu), e ja me contaram tudo sobre a vida deles. Eu sou a mais nova daqui, depois do boo que tem 12 anos (ele fica 24 horas jogando nintendo wii, esta de ferias, haha).

Hoje foi meu primeiro dia na escola, tive uma boa impressao de la. os professores sao prestativos, mas eu nao tive aula, apenas fiz o teste de nivelamento e conheci as 'rules'. depois, fizemos um passeio por downtown (um bairro que tem de tudo que puder imaginar e o que nao puder imaginar, 'e demais) e eu subi na tower center, (uma torre gigantesca de vidro com angulo de visao de 360 graus), foi emocionante ver a cidade inteira de tao alto. de fato, nao ha nada no mundo mais bem organizado e limpo que isso aqui, nao 'e atoa que ficou em primeiro lugar no hanking de cidade com melhor qualidade de vida.

bom, acho que hoje eh so' vou ler alguns contos do meu velho buk, e dormirei.. amanha acordo cedo pra pegar o sky train e chegar na escola. acho que irei ao stanley park depois da aula, by myself.

take care, hugs. trago boas novas em breve. juro.

sábado, 28 de março de 2009

Cão.

minha maior cúmplice, kika.

"Oh doce mistério animal. Oh alegria mansa. Que fascínio. Mas que fascínio tremendo é esse desafio da besta! Oh doce martírio de não saber falar e sim apenas latir. Você é quem me pergunta se é doce morrer. Eu também não sei se é doce morrer. Até agora só conheço a morte do sono. Vivo me matando todas as noites.

Ter contacto com a vida animal é indispensável à minha saúde psíquica. Meu cão me revigora toda. Sem falar que dorme às vezes aos meus pés enchendo o quarto da cálida vida úmida. O meu cão me ensina a viver. Ele só fica "sendo". "Ser" é a sua atividade. E ser é minha mais profunda intimidade. Quando ele adormece no meu colo eu o velo e à sua bem ritmada respiração. E — ele imóvel ao meu colo — formamos um só todo orgânico, viva estátua muda. É quando sou lua e sou os ventos da noite. Às vezes, de tanta vida mútua, nós nos incomodamos. Meu cachorro é tão cachorro como um homem é tão homem. Amo a cachorrice e a humanidade cálida dos dois.

O cão é um bicho misterioso porque ele quase que pensa, sem falar que sente tudo menos a noção do futuro. O cavalo, a menos que seja alado, tem seu mistério resolvido em nobreza e o tigre é um grau mais misterioso do que o cão porque seu jeito é mais primitivo ainda.
O cão — este ser incompreendido que faz o possível para participar aos homens o que ele é..."


by Lispector.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Com açúcar, com afeto.

Chico Buarque de Olanda.


Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê

No caminho da oficina, há um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol

Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar

Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado

Como vou me aborrecer, qual o quê
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro meus braços pra você .

A Felicidade.

Vinícius de Moraes


Tristeza não tem fim
Felicidade sim...

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar.

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei, ou de pirata, ou da jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira.

Tristeza não tem fim
Felicidade sim...

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor.

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos de minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo por favor...
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor.

Tristeza não tem fim
Felicidade sim...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Cuyabá.

foto de Lígia Guimarães (run, lila, run)

Cuiabá, Cuiabela, Cuiaquente.
De muita gente.
De céu exorbitante.
Energia térmica, deslocamento, trabalho.

Cidade que nasci,
quero crescer, plantar e morrer.

A cidade do sol e dos sonhos concretos.
Vem pra cá?

terça-feira, 24 de março de 2009

hoje

Desenho de André Gorayeb - 13.08.06 (meu mais especial jovem arteiro)


o vento sopra o mar,
logo, o tempo passa e leva.

o ninho, é lugar seguro, sempre;
mas voar é preciso,
desvendar é preciso.

vambora, pros ares,
pra lua,
pra rua.

Eu por Lispector.

Créditos à Nanda

"Eu, gazela espavorida e borboleta amarela. Eu não passo de uma vírgula na vida. Eu que sou dois pontos. Tu, és a minha exclamação. Eu te respiro-me.Eu sou oblíqua como o vôo dos pássaros. Intimidada, sem forças, sem esperança, sem avisos, sem notícias — tremo — toda trêmula.
Que esforço eu faço para ser eu mesma. Luto contra uma maré em nau onde só cabem meus dois pés em frágil equilíbrio ameaçado.

Viver é um ato que não premeditei. Brotei das trevas. Eu só sou válida para mim mesma. Tenho que viver aos poucos, não dá para viver tudo de uma vez. Nos braços de alguém eu morro toda. Eu me transfiguro em energia que tem dentro dela o atômico nuclear.
Senti a pulsação da veia em meu pescoço, senti o pulso e o bater do coração e de repente reconheci que tinha um corpo. Pela primeira vez da matéria surgiu a alma. Era a primeira vez que eu era una. Una e grata. Eu me possuía. O espírito possuía o corpo, o corpo latejava ao espírito. Como se estivesse fora de mim, olhei-me e vi-me. Eu era uma mulher feliz. Tão rica que nem precisava mais viver. Vivia de graça.

Alcancei afinal o momento em que nada existe. Nem um carinho de mim para mim: a solidão é esta a do deserto. O vento como companhia. Ah mas que frio escuro está fazendo. Cubro-me com a melancolia suave, e balanço-me daqui para lá, daqui para lá, daqui para lá. Assim. É! É assim mesmo."

segunda-feira, 23 de março de 2009

O mundo de frente pra gente.

Ferramenta consideravelmente barata e acessível dos tempos contemporâneos, que veio como uma alternativa na busca de mecanismos de sobrevivência e troca de informação e saberes, para uma era onde a globalização promove a diferença social de forma triste e injusta, aonde os fracos ficam cada vez mais fracos e o poder concentrado nas mãos de poucos.

É a internet que realiza a democratização das idéias, culturas e tecnologias, um equipamento do qual muitos usufruem para conceder e captar as mais diversas formas de auto-gestão do ser humano; ferramenta que promove o debate, o crescimento mútuo de quem está na rede trocando seja música, filmes, poemas, trabalho ou simplesmente buscando informações das novas tendências de um mercado em crescimento, para não se deixar levar pela grande massa e, ser mais um refém da alienação das informações sensacionalistas que os jornais populares e grandes mídias trazem com facilidade para o pobre consumidor. É através dela que podemos enxergar o outro lado do mundo dentro de casa.
Quando bem usada, é o caminho certeiro para o desenvolvimento e educação de uma sociedade doente, acredito na cura.

A partir de hoje, quero compartilhar, usando desse veículo as vezes de diário, de reflexões, prosas, contos, imagens, poemas e o que mais me vir a cabeça. Pois quero o mundo como meu principal cúmplice, e deixarei registrado meus pensamentos “destrancado a sete chaves”, para os próximos que vierem.
(foto da torre por Paulo.)